Doutor Antonio Magarinos
O doutor Antonio Eugenio Magarinos Torres é médico patologista clínico, pioneiro e perfeccionista, até porque a genética não lhe permitiu ser diferente. É filho de Helio Magarinos Torres, um dos pioneiros da Patologia Clínica no Brasil e fundador do Laboratório Richet, em 1947.
História Profissional – Em 1984 se formou médico pela faculdade Souza Marques e deu continuidade ao Laboratório Richet após o falecimento de seu pai, assumindo a direção e passando a ser o médico responsável pelo laboratório.
Os testes para fertilidade que realizava dentro do laboratório lhe despertaram o interesse pela Reprodução Assistida. Em 1988 já selecionava os espermatozoides de maridos inférteis, para conceituados médicos realizarem a inseminação artificial.
Em 1989 estagiou na França, no Hospital Antoine Béclère (Clamart, Paris) sob a supervisão do renomado Biólogo especialista em Fertilização Dr. Jacques Testart, que conseguiu o primeiro bebÊ de proveta (fertlização in vitro) da França em 1980.
Utilizando-se de suas habilidades e conhecimentos de patologista clínico, aliados a muito estudo de toda a literatura sobre fertilização in vitro existente na época, montou e adaptou seus próprios equipamentos, para fazer a fertilização in vitro aqui no Rio de Janeiro, onde obteve êxito (gravidez e bebês) logo nos primeiros casos.
Em 1991, passou a direção do Laboratório Richet para seu irmão Helio Magarinos Torres Filho (é o diretor médico até os dias de hoje) e optou por se dedicar exclusivamente à Reprodução Assistida, pois ali ele se sentia completo. Podia ao mesmo tempo utilizar-se de seu conhecimento em laboratório e cumprir seu sacerdócio de médico aliviando as dores daqueles que não conseguiam ter filhos. É membro da American Society for Reproductive Medicine (ASRM) desde 1989, da European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE) desde 1990, da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) desde 1996 e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) desde 1998.
Naquela época, importar equipamentos e produtos era complicado, de forma que só em 1993 obteve seus primeiros resultados com a técnica de fertilização in vitro convencional (FIV). Em 02/04/1996, conseguiu o 2º caso de quadrigêmeos no Brasil, com nascimento em 01/11/1996, sendo motivo mais de preocupação que de orgulho. Em 1995, apesar das dificuldades e burocracias, montou o primeiro equipamento para realizar a técnica ICSI no Rio de Janeiro, onde foi o pioneiro. Os primeiros bebês nascidos com essa técnica foram duas gêmeas, tendo sido notícia no Jornal O Globo, na coluna do Swann, jornalista Ricardo Boechat, com título “Rio fértil”, em 29 de Junho de 1996. Em Setembro de 1998, conseguiu o primeiro bebê no Rio de Janeiro, e um dos primeiros no Brasil, com transferência no estágio de blastocisto.
Após muitos casos de gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos, etc.), buscando reduzir a preocupante incidência, mas sem diminuir as taxas de êxito (bebê), introduziu em sua clínica e no Rio de Janeiro, as técnicas de cocultura (na época não existiam os meios sequenciais, usados hoje em todas as clínicas), que permitiam cultivar os embriões em laboratório até 7 dias após a coleta e fertilização dos óvulos.
Os embriões que conseguiam atingir o estágio de blastocisto eram mais aptos a gerar bebês e assim era possível transferir menos embriões para o útero, sem diminuir as chances de gravidez. Em 26/11/1999, realizou o primeiro caso bem sucedido no Brasil, com a técnica ICSI, modificada por Augusto Enrico Semprini, para casais soro-discordantes (marido HIV+ e esposa HIV-).
Nasceu um casalzinho saudável, sem contaminação da mãe. Em 2006, realizou os primeiros tratamentos no Rio de Janeiro, com diagnóstico genético pré-implantacional (técnica FISH), para avaliar a genética dos embriões, antes de serem transferidos ao útero, permitindo evitar várias doenças e conhecer o sexo dos pré-embriões (todo o processo realizado pessoalmente e dentro da clínica).