Doação de Óvulos

Mulheres que não conseguem engravidar por vias naturais e que precisam se submeter a técnicas de reprodução assistida, se atenderem a alguns pré requisitos, podem realizar tratamentos na condição de doadora de óvulos, com um custo menor. Mulheres na menopausa, com falência ovariana prematura, que não possuem os ovários, que não conseguem produzir óvulos de boa qualidade, que são portadoras de anomalias cromossômicas ou mutações gênicas, ou que simplesmente se encontram em idade onde, pelo processo normal de envelhecimento, a grande maioria dos óvulos apresentam degenerações, podem optar pelo tratamento com óvulos de doadora, frescos ou comprados congelados de bancos de óvulos.

 

É importante lembrar que a criança herda todas as características da doadora e, sendo portanto recomendável que a doadora seja compatível (cor dos olhos, da pele, cabelo, altura, grupo sanguíneo, etc.). Até bem pouco tempo, a receptora era obrigada a entrar numa fila de espera, sem previsão de tempo para se encontrar uma doadora compatível. Hoje isso pode ser contornado pela aquisição de óvulos já armazenamos em bancos de óvulos. O custo ainda não é pequeno (maior que de um tratamento com os próprios óvulos), mas já é bem menor que há poucos anos. Há relato de casos de mulheres que engravidaram naturalmente com mais de 60 anos e conseguiram ter bebê. Na prática as chances vão caindo gradativamente com o avanço da idade. Com 43 anos ou mais, são bem poucas as que conseguem com os próprios óvulos. Com óvulos de uma doadora jovem, independente da idade da receptora (mulher que vai engravidar com os óvulos da doadora), as chances de êxito (bebê) são muito boas.

As principais razões são:

  • Diminuição gradativa da reserva ovariana, pois a mulher já nasce com seus óvulos e à medida em que a idade avança, a quantidade vai diminuindo, o que faz com que produza poucos óvulos, mesmo quando faz estimulação dos ovários com potentes doses de hormônios.

  • A partir dos 25 anos de idade aproximadamente, para cada ano que passa, em torno de 5% dos óvulos sofrem mutações genéticas. Assim, uma mulher com 30 anos apresenta mutações genéticas em aproximadamente 25% de seus óvulos. Uma mulher com 35 anos, 50%. Uma mulher com 40 anos, 75%. Uma mulher com 45 anos apresenta mutações em aproximadamente 99% dos óvulos. Como essas mutações levariam ao nascimento de bebês com malformações e a natureza elimina, sob a forma de aborto espontâneo, 98% dos bebês que nasceriam com malformações, à medida em que a idade avança, além de uma importante queda nas taxas de gravidez, verificamos um expressivo aumento nas taxas de abortamento